“Sou o espelho da complexidade na sua forma mais simples;
sou a intensidade com mil exclamações;
sou dona de questionamentos intermináveis que lancei ao vento;
sou pedaço do pequeno mundo lá fora, dentro de um enorme universo a parte;
sou fiel nas traições e sincera demais nas mentiras;
sou a pressa com todo tempo disponível;
sou a bagunça na qual se encontra qualquer coisa;
sou a continuação das eternas perguntas, e as respostas ainda sem conclusões;
sou a errada que busca acertar e a sorte de acertar sem querer;
sou a tristeza mascarando alegria, e alegria enrustida de tristeza;
sou amiga de quase todos, mas poucos conseguiram me cativar;
sou altruísta com estranhos e egocêntrica com os mais próximos;
sou humilde por puro charme, mas vaidosa sem ser pedante;
sou exagerada na medida certa;
sou crente, mas também sou cética;
sou tiro de rosas em canhões, mas disparo mágoas com a própria língua;
sou tão certa quanto a dúvida e tão duvidosa que já nem sei;
sou gritos desesperados em silêncio;
sou interpretada como não queria e invisível quando me mostro;
sou indecisa por pura convicção;
sou mais do que esperam e bem menos do que precisam;
sou aquela que voa ainda no chão e a que desfila aérea pelas ruas;
sou a rotina inesperada das imprevisíveis aventuras;
sou tão óbvia quanto a própria contradição”…

Flavia Hering